Estação 43 anuncia a
evolução do ecossistema de Inovação na Cidade
CLÁUDIA ROMARIZ - Top de Marcas Londrina 2023 - 23/11/2023
Se no passado, foi o café a fazer a fama de Londrina, o futuro aponta para outra direção, aquela voltada à inovação. Governanças e setores estratégicos da Cidade se organizam para um grande ecossistema de inovação que tem se transformado em um modelo para todo o Brasil.
Lançado oficialmente em maio de 2023, o Estação 43 é uma realidade e reúne onze setores representados pelas suas respectivas governanças: APL de tecnologia da informação e comunicação, Agro Valley (agronegócio), Integra (químico e materiais), Governança de Turismo, Icom (construção civil), Inovemm (inovação no setor eletro metalmecânico), Governança das Instituições de Ensino Superior, Comércio Infoco (comércio), Sallus (saúde), Lavi (audiovisual) e a Governança em Cidades Inteligentes.
O planejamento do ecossistema de inovação de Londrina foi iniciado em 2017, com apoio da Fundação Certi, que elencou as cinco principais áreas com maior potencial para a inovação no município. Naquela época, o nível de maturidade do ecossistema local era de 16,5, considerando uma pontuação que vai de 0 a 30, baseada em vertentes de inovação. Em seis anos, o ecossistema de Londrina evoluiu de “em estruturação” para “em desenvolvimento” e alcançou a pontuação de 21,17.
A metodologia para gestão de um ecossistema de inovação, que nasceu em Londrina, está sendo replicada em todo o país. Por aqui conta com o apoio da Prefeitura, por meio do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), da Companhia de Tecnologia e Desenvolvimento de Londrina (CTD), e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Olhar amplo e estratégico
A CODEL acompanha o ecossistema de inovação da cidade desde os primeiros estudos de estruturação das primeiras governanças. “O Estação 43 nasceu para direcionar o nosso olhar para o todo, de forma mais ampla e estratégica”, afirma Roberto Moreira, Diretor de Ciência e Tecnologia da CODEL, e gestor executivo do Estação 43. “Quando falamos do Estação 43, estamos falando de duas coisas: o ecossistema de inovação da cidade com todos os seus ativos e de um instituto, com CNPJ, que dá apoio a todo esse movimento. É uma forma mais organizada e é um segundo passo para estruturarmos o nosso ecossistema”, explica Moreira.
A próxima etapa, segundo ele, é transformar o Instituto numa Organização Social (OS), um formato que tem dado muito certo no Brasil. Moreira dá o exemplo do que vem acontecendo em Recife onde uma OS faz a gestão do Parque Tecnológico local, referência para toda a América Latina. “Estamos atualizando a nossa lei de inovação, que é de 2015 e iremos propor melhorias para a legislação do ISS Tecnológico, de 2010, além da criação de uma nova lei que promova incentivos fiscais para a inovação. Todo o trabalho do Estação 43 visa criar um ambiente em Londrina para empresas inovadoras, para atração e retenção de talentos na Cidade”, revela.
Hoje, Londrina abriga mais 250 startups e quatro fundos de investimentos; dois parques tecnológicos, uma aceleradora e o único HUB de inteligência artificial do Senai no Brasil, além do reconhecimento entre as cidades que mais geram contratos entre empresas inovadoras e grandes empresas através da premiação da plataforma de inovação aberta ‘100 Open Startups’. Este ranking é publicado desde 2016 pela principal plataforma de open innovation da América Latina. Sua metodologia se vale de critérios com base na quantidade e intensidade dos relacionamentos entre corporações e startups.
“Quanto mais ampliamos a possibilidade de inovação, mais geramos renda e vida de qualidade para a população”
— Lucio Kajimi
Pontes de inovação
Para Lucio Kajimi, presidente do Estação 43, esse foi um ano muito produtivo para Londrina, mas o ano de 2024 aguarda novas iniciativas e projetos com base no fortalecimento de uma aliança estratégica entre os ecossistemas de Londrina e Maringá. “A Aliança rendeu a aprovação de uma legislação que era restrita a quatro município e que agora é possível ser utilizada em mais 40 municípios. Quanto mais ampliamos a possibilidade de inovação, mais geramos renda e vida de qualidade para a população. No ano que vem, queremos ir além, fazendo a integração regional dos ecossistemas de inovação”, revela Kajimi.
“Quando falamos em Governanças, estamos falando de três ou quatro hélices, compostas pelo poder público, instituições de ensino, entidades de classe e o próprio empreendedor. Isso tem sido muito importante porque as governanças são propositivas e o Estação 43 vem para unir as Governanças e encontrar ações comuns que podem ser melhor potencializadas a partir do momento que isso é compartilhado com todos”, explica.
Integração entre o público e o privado
O Sebrae está presente no Estação 43 desde que o ecossistema começou a tomar forma e hoje também faz parte do Conselho de Administração. De acordo com o gerente regional do Sebrae, Fabrício Bianchi, a estrutura é inusitada e inovativa por si só. “O grande desafio da governança é justamente poder manter integrada a dinâmica de inovação do município, olhando as esferas públicas e privadas”, comenta.
No Conselho Consultivo do Estação 43 estão representantes de cada uma das governanças e de verticais que ali se congregam. “Isso facilita as discussões e, ao mesmo tempo, ajuda a fortalecer o coletivo, resguardando cada parte interessada e focando no que se refere aos desafios de cada segmento”, diz. Para o futuro, Bianchi ressalta a importância e a necessidade da completa operação do Centro de Inovação.
“Hoje o Tecnocentro, local que abriga o Centro de Inovação que está em consolidação, ainda não está formado. Esse é um grande desafio que demanda uma série de alinhamentos por parte do poder público e da iniciativa privada para que, de fato, tenhamos um ambiente moderno, onde funcione uma aceleradora, co-work, Fab Lab e outras estruturas que fomentam o ambiente de inovação de uma cidade. Esse é um grande desafio que Londrina ainda tem pela frente”, comenta.
O gerente geral do Sebrae ainda reforça a ideia do Estação 43 como figura formal associativa, capaz de agrupar e facilitar as transações para fazer com que o ecossistema possa avançar, se conectando àquilo que tem de mais relevante no Brasil e no mundo e, consequentemente, promover cada vez mais Londrina na agenda da inovação.
“Já ocupamos lugar de destaque no ranking nacional, algo que não acontecia antes e isso é em função de todo esse trabalho que a sociedade civil organizada juntamente com o poder público, legislativo e executivo, vem desenvolvendo. E o maior ganho de tudo isso é das empresas. Um ambiente de inovação é fundamental para se criar a necessidade e o senso de urgência em inovar rumo à sustentabilidade dos negócios e à expansão das organizações em amplos mercados”, completa Bianchi.