O que é um metaverso e como a tecnologia impacta o mercado corporativo
Veja como você e a sua empresa estão inseridas nesta nova tecnologia em uma entrevista especial com Flávio Tavares
O que parecia ser uma utopia ou especulação sensacionalista de filmes e séries como a famosa Black Mirror da Netflix, pode se tornar, em breve, realidade. A novidade do mundo da tecnologia não é mais um aplicativo ou uma rede social diferente, mas uma nova forma de nos relacionarmos como seres humanos. Mas afinal, o que é um Metaverso?
O principal objetivo do chamado Metaverso é a união entre mundo real e virtual. A palavra Metaverso alcançou altos índices de procura e interesse no Google e plataformas digitais depois que o próprio Facebook mudou seu nome para Meta. Observe que ao abrir o aplicativo do Instagram, por exemplo, o que aparece na parte inferior da tela não é mais Facebook, mas Meta.
Apesar da popularidade recente, o Metaverso é uma ideia que não é tão nova assim, já que foi criada por Neal Stephenson em 1992, ao citar o termo em seu livro de ficção científica, se referindo a realidade virtual em 3D. Foi a partir dos estudos de Neal que Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, se inspirou e decidiu investir na proposta.
O fato é que o Metaverso deverá ditar o futuro das nossas relações, principalmente em um mundo pós-pandemia em que nos adaptamos mais do que nunca a misturar o online com o offline.
A descrição mais usada é que o Metaverso será um ambiente virtual imersivo a partir de tecnologias de Realidade Virtual, Realidade Aumentada e hologramas. Nele poderemos interagir uns com os outros e desempenhar nossas funções do dia a dia ali mesmo: trabalhar, estudar, se relacionar, tudo utilizando avatares em 3D. Não estaremos mais olhando para uma tela, mas fazendo parte dela.
Críticas à parte, futuro próximo ou distante. Não há como negar que a tecnologia avança de tempos em tempos revolucionando o mercado, comportamentos e padrões da sociedade, desde as escolhas que são feitas até o modo de se colocar e agir no mundo. E cabe a nós, estarmos atentos a como o nosso consumidor se desenvolve e enxerga a nossa empresa ou produto.
Além do Facebook outras empresas estão apostando na tecnologia. Entre elas as gigantes NVIDIA Omniverse, uma plataforma colaborativa de simulação e a Microsoft, que inclusive, já colocou no mercado, no início de 2021, o Mesh, uma ferramenta de reuniões com hologramas. Fora do meio da tecnologia, temos a Nike com a Nikeland, uma plataforma dentro de um jogo chamado Roblox.
A sua empresa está preparada para o Metaverso?
Flávio Tavares é fundador da Welcome Tomorrow e CEO da Upper ADucation Ecossystem, para ele o primeiro impacto que o Metaverso trás para as empresas é em relação a experiência do consumidor. “Acredito que o metaverso será uma rede infinita de possibilidades de conexão das pessoas com as marcas, de participação em comunidades de interesses sobre assuntos específicos de aprendizagem.”
É necessário ter em mente que o Metaverso será um outro mundo ou, literalmente, um novo universo, com novas tendências e padrões. Cada pessoa pode ter um avatar e modelá-lo de diferentes formas e as marcas também vão precisar estar atentas a isso. Mas, para além das transformações tecnológicas, o Metaverso é uma oportunidade rentável de negócios e novas possibilidades.
“As empresas que não se prepararem para o metaverso, que já se mostrou um modelo rentável e pelo que tudo indica, um modelo que veio para ficar, serão aos poucos esquecidas pelos adeptos ao metaverso”, afirma Flávio Tavares.
Engana-se quem pensa que as oportunidades de fazer negócio no Metaverso estão restritas à publicidade. Ele também foi projetado para ser e já está sendo, um canal de aquisição. Ainda em 2021, as vendas de imóveis em universos virtuais superaram US$ 500 milhões, segundo análises do provedor de dados de metaverso, MetaMetric Solutions.
Para 2022, a expectativa é de que esse número dobre para US$ 1 bilhão. Só em janeiro as vendas totalizaram US$ 85 milhões. “O desafio das grandes companhias é entender melhor o metaverso. Com isso, é possível aproveitar essa janela no mercado, esse timing, que é muito bom, e
aprender simultaneamente com grandes empresários e bilionários do setor de tecnologia”, destaca o CEO da Upper.
“O Metaverso veio para ficar e as oportunidades são gigantescas em todos os setores.”
Como a sua empresa deve se preparar?
Para Flávio Tavares, melhor do que “como” se preparar é que as empresas tenham clareza de como estar no metaverso. “É importante que estejamos dispostos a aprender e reaprender porque o metaverso é dinâmico, muda o tempo todo e aqueles que buscam ferramentas para aprender mais, tem grandes chances de sair na frente”, explica.
Além da disposição para o universo virtual, também é importante que as lideranças estejam abertas a aprenderem umas com as outras, enxergando a potência do Metaverso como um ambiente de co-criação e “onde quem é sozinho provavelmente não irá muito longe”, completa Flávio Tavares.